domingo, 11 de julho de 2010

A TELEVISÃO FORMA OU EMPOBRECE O CIDADÃO ?


Sendo o Espelho da sociedade com a passagem do tempo, esta dúvida começa cada vez mais a pairar na cabeça de muitas pessoas, mas afinal a televisão forma ou empobrece o cidadão?
Disserta Paulo Freire (2000.pg.126) : “(...) quanto mais os oprimidos vejam os opressores como imbatíveis, portadores de um poder insuperável, tanto menos acreditam em si mesmos. Foi sempre assim(...) . Uma das tarefas (...) é procurar, por meio da compreensão crítica (...), ajudar o processo no qual a fraqueza dos oprimidos se vai tornando força capaz de transformar a força dos opressores em fraqueza. É uma esperança que nos move.”
A razão para esta afirmação é simples, cada vez mais chegam até nós programas para aumentar o canal televisivo que não beneficiam em nada o telespectador. Apenas incentivam a involução cultural e comportamental dos jovens, fortalecem o processo de opressão, onde a televisão ao invés de informar o que é, passam como devem ser feita as coisas.
Sendo bem interpretado por Douglas Kellner (2001,p.32), na seguinte maneira... “ A mídia preocupa-se com fins populares e lucrativos. A cultura nunca foi mais importante”.
Infelizmente, os canais televisivos raramente transmitem programas culturais, que instruam o povo português que muito precisa. Parece que virou moda, apenas se preocuparem com o dinheiro e não com o conteúdo que mostram no respectivo canal. Pois além do capital buscam ser exemplos para a sociedade copiar.
Para Kellner (2001,p.254), é dever do cidadão tomar conhecimento das técnicas de manipulação da mídia e enxergar por meio de propaganda comercial e da desinformação promovida pelo governo, pois a democracia só pode florescer onde a cidadão bem informados e ativos”
A Televisão acaba sendo o Espelho da sociedade, se temos uma sociedade negativa que não busca informações, por falta de oportunidade ou comodismo, a televisão vai refletir isto, permitindo que alguém escolha quais as novelas serão exibidas, tendências de moda que serão seguidas, qual será o melhor modelo de família e assim por diante. Portanto a mudança não cabe somente a Televisão e sim a sociedade em si. Partindo primeiramente na educação, que é uma atividade prolongada que exige trabalho árduo, sendo bem executada rende bons frutos. É urgente mudar esta realidade para não nos depararmos no futuro com cidadãos apáticos.

TELEVISÃO HEROÍNA OU VILÃ


A televisão esta presente direta e indiretamente na vida das pessoas e nas atitudes de toda a sociedade, mostrando a cores e ao vivo, estimulando as coisas aparecerem mais reais, manipulando com facilidade a mente de seus telespectadores.

As imagens da mídia audiovisual de massa são máquinas repetitivas onde proliferam e triunfam soberbos e estúpidos, estereótipos: “Figuras importantes da ideologia-dizia Roland Barthes”.
Algumas pessoas possuem somente a televisão como fontes de informação, por isso muitos se deixam levar, em querer copiar a moda existente em novelas. Incorporando o modo de se vestir, falar, cortar o cabelo, enfim comportar-se.
A moda é um dos fatores que movimenta a economia do país, assim o mercado de propaganda utiliza-se de diversas artimanhas para garantir a venda do seu produto ou da sua imagem. Sendo a televisão um meio de utilizar-se de propagandas silenciosas.
Para Ignácio Ramonet (2002) a desconfiança a respeito da indústria cultural e de sua propaganda silenciosa esta fundada em três apreensões:
1)Que ela reduza os seres humanos ao estado de massa e entrave a estruturação dos indivíduos emancipados, capazes de discernir e de decidir livremente;
2)Que ela substitua, no espírito dos cidadãos, a legitima aspiração á autonomia e á tomada de consciência por um conformismo e uma passividade perigosamente regressivos;
3)Que ela propague, enfim, a idéia de que os seres humanos desejam ser fascinados, alienados e enganados na esperança confusa de que uma espécie de satisfação os fará esquecer, por um instante, o mundo absurdo, cruel e trágico em que vivem.
Ainda de acordo com Ignácio Ramonet (2002) Na opinião dos sociólogos, a televisão tem três funções: informar, educar e distrair. E os que criticam essencialmente a televisão, enquanto mídia de massa, é esta a última função: distrair. Ela pode tornar alienação, cretinização, á domesticação ao condicionamento das massas e a manipulação dos espíritos. A televisão possui a capacidade de manipular o pensamento tendo o controle de criar ou destruir imagens quando convêm, alguns profissionais estudam anos para aprender a inventar produtos que nos façam sentir piedade ao desfazer de tal produto jogando o fora. Isto que as pessoas deveriam entender e selecionar até que ponto a televisão molda a sua vida.
Para MARIANO, Isabela. A influência das novelas na vida das pessoas. 2007. Disponível em:http://pt.shvoong.com/social-sciences/1660488-influ%C3%aancia-das-novelas-na-vida/ . Acesso em: 30 Ago. 2007.
“O problema não é assistir à telenovela, mas é necessário o desenvolvimento de um senso crítico que nos permita escapar do mundo fantasioso criado pela teledramaturgia. O povo precisa de valores reais para viver uma vida real”.
Segundo o site: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI26593-15228,00ALBERTO+CHONG+AS+TELENOVELAS+MOLDARAM+O+BRASIL.html, dois estudos recentes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), as tramas exibidas na TV nos últimos 40 anos vêm moldando as famílias em pelo menos dois aspectos: menos filhos e mais divórcios. As pesquisas, coordenadas pelo economista Alberto Chong, analisaram o conteúdo de 115 novelas transmitidas pela TV Globo entre 1965 e 1999 nos horários das 19 horas e das 20 horas. Nessa amostragem, 62% das principais personagens femininas não tinham filhos e 26% delas eram infiéis os seus parceiros – o que suavizou o tabu do adultério. Para Chong, a telenovela é um excelente canal de difusão de programas sociais, como prevenção à AIDS e direitos das minorias.
A televisão sendo utilizada para um bem comum, acaba tornando um instrumento de aprendizagem, possibilitando o acesso livre a todos os lugares do mundo, sem sair de casa. Caso contrário, ela subtrai os nossos conhecimentos e nossa bagagem cultural.